31/01/2008

1) tá nervoso?

2) confuso?

3) perdido?

4) solitário?

5) mal acompanhado?

6) visita esse blog com muita frequência?

7) a vida anda sem graça?

8) não sabe mais o que fazer?

9) procurando respostas?

10) procurando uma solução rápida e barata?

11) não é com você? e perdeu tempo lendo esse lixo de post pra que? off... nos encontramos depois do carnaval.

26/01/2008

hmmm... gostei desse restaurante. contato mínimo com seres extraterrestres disfarçados de garçons. sempre que recebo um convite querem me levar para um desses rodízios de qualquer coisa. e essa velha aí na frente, tá pensando que isso aqui é um retiro espiritual? a fila anda e alface é tudo igual, pega uma ou duas folhas e afoga no vinagre, sal e óleo de oliva. já te falei da última vez que fui num rodízio de massas? garçon: à bolonhesa? eu: não. garçon: agridoce? eu: não. garçon: à putanesca? eu: não. garçon: ao sugo? eu: grushsjddk. garçon: di pomodoro? eu: cara, se você aparecer mais uma vez por aqui te dou um soco e vou embora sem pagar a conta! rodízio de pizza, massa e carnes é o paraíso para pessoas que não conseguem manter ou não querem um diálogo. é impossível se concentrar em algum assunto com aquele rodízio de garços enfiando bandejas dentro da sua conversa de cinco em cinco minutos! ideal para casamentos falidos! dá licença, minha senhora, mas quero jantar antes do café da manhã! não entendo pra que todas essas porcarias verdes. óquei, espinafre e brócolis ainda vá lá, mas que grama é essa aí que você colocou no prato? se for pra comer mato eu planto em vasos na cozinha do meu apartamento, não vou comprar em supermercado ou pagar por quilo. hoje estava caminhando pela rua e vi dois policiais. pensei: mas que tipo de vocação é essa? garçon, policial, advogado, veterinário, dentista? a única vez que pensei em prender, torturar ou matar foi quando meu cachorro não parava de latir no meio da madrugada. e professor de ensino fundamental? sabe o que é pior do que criança? os cretinos dos pais que acham que esses animais devem andar por aí sem coleira. essa velha tá me tirando do sério, agora implicou com as batatas fritas! acho que estou ficando com umas manias esquisitas. não, sempre misturei salada com os pratos quentes. Gloria Kalil que vá se fuder! ah, é, Gloria Kalil é especialista em comportamento! alô, chics! uhú! por falar em "uhú"... Califórnia waiting, do Kings of Leon, vale a pena escutar e escutar e escutar. sabe que tenho essa mania, né? escuto a mesma música 123456789 vezes e nem me dou conta. essa velha tá de sacanagem comigo! será castigo? olha só, mandei o layout do convite de casamento por e-mail, você viu? por que eles não colocam etiquetas com os nomes desses pratos esquisitos? você sabe o que é isso aqui? quase escrevi no rodapé do convite: "disponível para sexo virtual pela webcam assim que voltar da lua de mel". e ia colocar o endereço do teu MSN. ahan. sei. é ela que precisa acreditar, não eu. deviam tocar Hang me up to dry, do Cold War Kids, na cerimônia da igreja. sei lá o que diz a letra! meu inglês é do Alabama. mas a voz de desespero do vocalista combinaria com a ocasião. não sei, sou taurino, não acredito em muita coisa. peixe? camarão? frango? como é que eu vou saber se vai dar certo ou não? pergunta para o oráculo. se casamento fosse uma coisa previsível não existiria aquela conversa de doença, pobreza e morte antes do "sim". pode colocar na mesma conta, hoje estou de bom humor. ahan, não parece né? eu sei. mas não estou de bom humor pra você. pode ir tirando esse sorriso idiota da cara. vamos sentar naquela mesa? claro que ela não ouviu. não viaja. quero uma Coca-Ligth. não tem Coca-Ligth? ah, óquei. só gelo. o cara que inventou o refrigerante tem minha gratidão eterna. a melhor idéia que já tive na vida foi uma bobagem inútil e sem precedentes na história. um dia, ainda não determinado, todos devemos cometer suícidio. aqueles que por motivos religiosos ou não se sentirem habilitados podem se inscrever para uma execução rápida, simples e sem formalidades, no paredão. deixaremos a natureza decidir se comete ou não o mesmo erro de povoar a Terra com humanos. também podemos deixar uma recomendação: "não pregar ninguém na cruz. isso pode parecer uma boa idéia na hora, mas com o passar do tempo o mundo fica povoado de fanáticos e esquizofrênicos. ps. inventem o refrigerante". é verdade, logo quem falando de disfunção social crônica. hum hum... e isso que nunca chuparam meu dedão do pé! esquece, li essa bobagem em algum lugar. não é incrível? "só gelo", com ênfase! e tem limão na minha Coca! por que ninguém me escuta?

23/01/2008

descobri hoje que a Terra gira numa velocidade de 1700Km/h. isso pode explicar muita coisa ou coisa nenhuma. sempre fui meio tonto, mas não deve ser esse o motivo. não importa! já li Albert Camus, Jean-Paul Sartre e Friedrich Wilhelm Nietzsche, mas prefiro Douglas Noël Adams. é melhor deixar claro quem sou: tenho peixes que ficam nadando na tela do computador e converso com o Photoshop — ei, Photoshop! muda a cor dessa paisagem na janela e me leva para onde quero estar! e no meu player rodam músicas que vão chegando como presentes e tomando conta da casa — você conhece? não!? precisa escutar! demais, demais! ya, ya, ya... e os peixinhos a nadar.

e existem dias que só ficam marcados no calendário. hoje é quarta-feira, 23 de janeiro de 2008. e existem dias que só ficam marcados na minha memória. quarta-feira, 23 de janeiro de 2008. e hoje fiquei uns 30 segundos pensando numa coisa só — quase um mantra! ser feliz é sempre uma boa idéia. mas eu não acredito em quem diz que é feliz o tempo inteiro. é preciso respirar! não sofrer! mas é preciso um pouco de desilusão, solidão e ausência das coisas. é preciso parar para pensar ou então a gente esquece quem é, esquece o que quer e os dias passam a ser dias como qualquer outro e as pessoas passam a ser pessoas como qualquer outra. não! não sei do que estou falando, não sou uma religião! não me leve a sério. só estou falando que parei 30 segundos para pensar. 30 segundos! e você e você e você estavam lá. e me perguntei quem somos e o que queremos. e fiquei com essa vontade: ser feliz! e ser feliz é sempre uma boa idéia quando penso em vocês e quando penso em nós. acho que poderia desenvolver um pouco mais esse pensamento, mas meus pensamentos não são um livro aberto com dicas de auto-ajuda. nunca li um, acho engraçado. muito loucos e sem noção esses livros. dá um tempo! 30 segundos! é o suficiente. ya, ya, ya...

depois liguei a TV. acabei ficando entediado e quase comprei uma vaca pelo Canal Rural. depois desliguei a TV. uma vaca!? nada ver. ou sim. tipo: ontem era quase fim de tarde e estávamos conversando coisas muito sérias e chegamos a conclusão de que ninguém sabia absolutamente nada sobre o que estava falando. rimos muito! é, definitivamente, estamos desesperados! e rimos sem parar. decidi que aquele era um bom momento para deixar minha alma afundar um pouco mais no meu corpo e o corpo no sofá. e o café esfriava na xícara propositalmente abandonada em algum lugar só pelo estranho prazer de esquecer. na lista de futilidades que me ocorreram naquele momento esquecer a xícara de café me pareceu a melhor idéia. respirei profundamente com um sorriso cínico ao lembrar que tenho uma memória muito esquisita. por exemplo: esqueço o que eu quero, mas não esqueço que as Plêiades eram mulheres caçadas impiedosamente por Órion e que se transformaram num agrupamento de estrelas — assim, sem mais nem menos! imagina o espanto de Órion ao perceber que seus planos de orgia foram literalmente para o espaço? uma coisa muito doida e que deve ter tirado o sono do filho do deus do mar por várias noites. muito loucos e sem noção esses deuses. e rimos mais alto ainda e somos simples mortais e os peixinhos a nadar.

e chegou a hora de dormir e a hora de dormir sim que é uma coisa muito esquisita. não me acostumei ainda e talvez nunca vá me acostumar. é necessário muito esforço para abrir mão de todas as coisas. enquanto estou adormecido a Terra gira numa velocidade de 1700Km/h, meu filho cresce, perco silêncios e diálogos, mantras, cidades, feriados, telefonemas, flores e não afundamos o corpo no sofá rindo sem parar e é mais uma noite como qualquer outra e os peixinhos continuam a nadar. ya, ya, ya...

acho que poderia desenvolver um pouco mais esse texto. sei lá! e a moral da história? boa pergunta! mas não tenho respostas.

16/01/2008

divirta-se!

me mate às três, quatro ou seis. só não tente me sufocar nem sangrar aos poucos. escolha outro método. sei que vou morrer cedo, não tenho medo. pouco me importa a dor ou o seu esforço. se ainda está decidido a me matar, faça com vontade! com precisão, urgência e sem falhas. faça por necessidade, não para me provocar. e não adianta me perseguir como um fantasma, abrir janelas e escrever bilhetes desesperados ou suplicando piedade. se for pular fora, me acorde antes das dez ou coloque o relógio para despertar. ando ocupado, com os prazos e músculos esgotados, virando noites com o olhar fixo na tela do computador procurando cores e vendendo sonhos que não me interessam. meus sonhos? você esqueceu de perguntar.

está pensando que eu sou fácil? 1) eu não presto, 2) não tenho pressa, 3) aprendi a escutar, 4) desenhei um mapa com o seu nome pelo chão e paredes e teto da casa onde marquei seus pontos fortes em azul, seus pontos fracos em verde e seus sonhos em vermelho, 5) desprezo todos os seres humanos, aproveite se deixei você se aproximar, mas é bom saber que 6) eu não tenho memória — nunca! um dia tudo acaba e não sei nada sobre ontem nem amanhã. quero agora, quero já! você ainda quer me matar? vá em frente!

e não fique com essa cara de otário, com as mãos procurando algo em que possa se sustentar. acenda um cigarro, vou fazer o mesmo. aproveite bem! cigarro provoca câncer, espero que você saiba. na vida tudo é assim. causa e consequência. ação e reação. uma troca. você me entende? seja interessante e receberá todo o meu tempo, o meu mundo. só não me venha com o mesmo nhém-nhém-nhém de sempre. sabe como classifico isso? um insulto! confesse, você estava pensando mesmo que eu era fácil? achou que era como ligar a televisão ou alimentar os peixes. achou que eu era só mais um cara. cai na real: nada me interessa. me conta? o que te interessa? aí podemos continuar. ou então toma um porre, um sacode!, liga no meio da madrugada para falar sobre tudo, sobre nada, sobre um filme ou um livro, uma receita de maionese, uma viagem para o interior, para Salvador, para Bagdá, banho de cachoeira ou caminhadas na beira-mar, uma tatuagem, duas tatuagens, três tatuagens, vida própria, amigos, invente mentiras se não viveu verdades, invente listas de coisas banais, invente frase pontuais — frases pontuais são o meu ponto fraco, pode marcar em verde ou vermelho! escreva um texto completamente louco com o primeiro pensamento sem sentido que aparecer... vou te ajudar. não sou escritor nem porra nenhuma, escrevo na mesma velocidade que penso, mas vou te ajudar! escuta:

não sei porque me acostumei a ficar tão longe de você. era preciso que fosse um momento absolutamente perfeito. uma tarde de primavera, sol e luz, todas as contas pagas, as revistas cuidadosamente arranjadas sobre a mesa de centro, os móveis e quadros combinando com a cor da blusa, Miles Davis tocando... era preciso que fosse um momento absolutamente perfeito. tanto medo, sabe assim? loucas fantasias e tanto medo, você me entende? e também existem esses dias em que a vida não vem. insisto e procuro pela casa — debaixo dos lençóis, dentro da geladeira e dos armários, sobre a mesa, nas páginas de livros e cenas de filmes, nas horas que se desmancham no ar e lembranças que perderam seu lugar. e nada faz sentido. o vento bate a porta do que se foi, atravessa o corredor, invade o quarto sem pedir licença e me diz — adeus! é meu reflexo que se vai e sou eu em pedaços pelo chão. é quando a vida chega e pergunta por onde andei.

você ainda está por aí? viu como é fácil? não temos compromisso com a excentricidade nem com a genialidade ou a irrepreensível forma do ser — foda-se Ptolomeu, Mozart, Mondrian, Lacan, Gandhi, Saramago, Woody Allen, seu advogado, professor, ex-amor ou qualquer outro além de nós! somos pessoas comuns. eu e você. tentando respirar e viver um amor indevassável, mesmo que isso não exista e que não possa durar. não dou a mínima, pode rir! você tem alguma coisa melhor pra fazer agora ou depois? vamos rir juntos? só não faça essa cara de vítima. não tá bom? pede a conta! detesto vítimas! nem meu filho de 11 anos se faz de vítima porque sabe que não vai chegar a nenhum lugar! e sabe onde ele chegou? tenho poucos amigos, contei aqui... são nove! ele é um deles. nenhuma vantagem ser meu amigo, é verdade. então, mate-me logo! sinta-se livre! tentei evitar desde o início qualquer aproximação com a expressão "liberdade". achei mesmo que você não ia entender.

faltou dizer algo? meu nome, telefone e endereço você já sabe. mas agora é tarde. lembra? você conseguiu, de um jeito muito estranho, me matar.

10/01/2008

start the car
i know a whoopee spot
where the gin is cold
but the piano's hot
it's just a noisy hall
where there's a nightly brawl
and
all
that
Jazz

Overture/and All That Jazz
Chicago (Rob Marshall, 2002)

09/01/2008

virtual insanity - Jamiroquai



virtual insanity is what we're living in

02/01/2008



depois de dois dias baixando o maldito torrent diretamente da Palestina, Israel, Estados Unidos, Canadá, Austrália, Nova Zelândia, Argentina, Chile, Grécia, Inglaterra, Irlanda, França e um outro país lá que não reconheci a bandeira... eu, um suburbano portoalegrense, brasileiro, vou assistir "I'm not there" com legendas em espanhol! é a globalização minha gente! ou para desespero do Sergio, a tal da inclusão digital!

up: meio caipira, pretensioso, excessivamente americano, com referências demais, uma trilha sonora muito legal — tudo é Bob Dylan, lógico! a cena hilária é quando aquele quarteto britânico irritante é mostrado como um bando de... britânicos! Richard Gere não coloca tudo a perder — esse cara é um mistério inexplicável. Cate Blanchett e Christian Balle são a mesma pessoa? quem gosta de Dylan vai dizer que o filme é... ahn... assista! quem não gosta ou não conhece, não vai entender nada. nenhuma novidade além daquela que todos já deveriam saber: toda esperança e experiência humana, por mais estravagantes, não mudam nada. uma hora todos precisamos dormir... até mesmo Bob Dylan. e bateu uma saudade dos meus discos de vinil.

01/01/2008

existem três datas que estão cada vez mais insuportáveis: aniversário, Natal e Reveillon. em qualquer uma dessas oportunidades aquelas pessoas que você 1) despreza ou 2) se esforça para evitar ou 3) simplesmente não lembra quem são, aproveitam para transpor a distância saudável e tolerante existente entre os corpos que não tem nenhuma intimidade e decidem que aquele é o momento ideal para superar diferenças e agir com uma diplomacia irritante. e de repente são abraços exageradamente próximos e sorrisos exibindo aquele monte de dentes indesejáveis e uma pronúncia interminável de clichês sem sentido. e não adianta querer fugir para o Nepal porque gente assim se materializa misteriosamente em qualquer lugar do planeta. nos aniversários eles saem como coelhos de dentro dos banheiros de bares completamente bêbados e com as mãos molhadas, no Natal sempre estão na fila do supermercado carregando filhos e parentes do interior e caixas e caixas e mais caixas de cerveja quente em promoção e no Reveillon mesmo dentro da boca de um certo alguém eles te acham e é melhor parar o que está fazendo porque são tão abusados que já aproveitam para passar a mão na bunda da sua namorada e falar que você não presta e não finge que gosta de quem não gosta e... e... começam a chorar ou cuspir frases suuuuuper-sinceras-e-originais para que todos os seus desejos se realizem e blá e blá e blá! todos? jura? em 2008 quero que essa gente se foda ou que vá para o inferno... não, inferno não! para o inferno vou eu! ahn... que me errem! ufa! terminou! vou voltar para a órbita natural de pessoas que estão protegidas pelo "bom dia!" possível e realmente desejado o ano inteiro — sem bolos com velinhas acesas, cerveja quente ou aquele treco verde e gosmento que não lembro o nome agora. ahn... vagem? ervilha? não... lentilhaaaaaaaaaaa! argh!