21/02/2007

trabalho é uma coisa que não deveria existir. dizem que trabalhar fazendo algo que se gosta é legal. ahn, vamos ver... legal é o meu filho, banho de mar e comida congelada. China in Box é muito mais que legal e cinema, uísque, sexo com amor, Menino Deus, cigarros, café expresso e Nando Reis. papo cabeça sem nenhuma noção debochando de Freud também é legal e aquele diálogo maluco sobre Dostoievski no filme Amores, de Domingos Oliveira, aquilo é surreal. infinitas combinações de suco de frutas com vodka e vestido de noiva — ah, é sensacional! sabe como é, vestido de noiva lembra fetiche, sacanagem, tapa na cara, algemas e outras... ahn, manifestações festivas do gênero. Porto Alegre deserta durante o feriado de Carnaval e observar a Azeitona implicar com o próprio rabo — é tri-legal! escrever que tem dias que são ontem, sem amanhã, curvatura do espaço e tempo numa espiral que insiste em nos afastar, gravidade zero, atmosfera hostil, chuva de meteoros, ventos solares, nenhuma forma de vida, partículas de poeira, órbita do nada, probabilidade infinita tão improvável que sinto falta de ar, é mais ou menos legal, porque na real não significa nada e é só mais uma bobagem. mas isso tudo lembra férias e não trabalho. trabalhar fazendo essas coisas não faz nenhum sentido. é como ser amado, e todo mundo sabe que a doideira mesmo é amar. enfim, é que quando eu me toquei achei tão estranho... as férias acabaram e vou levar semanas pra recuperar o bom humor.

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