27/04/2007
passei a ter um comportamento estranho depois de uma semana escutando Smiths — everyday is like sunday, everyday is silent and grey — enquanto trabalhava com um conceito gráfico-maluco de velocidade onde todos os textos e imagens ficavam distorcidos e com ângulos inclinados. primeiro rolou uma vontade incontrolável de ficar de cabeça pra baixo. em duas tentativas frustradas quase quebrei a coluna, torci o pulso e fui condecorado com uns cinco hematomas em diferentes parte do corpo. depois fumei um cigarro para ponderar melhor sobre aquela situação inesperada e sem nenhum senso de razão ou maturidade. de repente rolou um déjà-vu e senti um negócio gelado e úmido colado na minha cara. ah, não! o piso da cozinha de novo! por alguns minutos decidi ficar deitado ali mesmo observando o mundo sob a perspectiva das baratas. fiquei na dúvida: era eu que estava deitado no chão ou o universo inteiro que mudou de posição? levantei e resolvi adotar uma atitude que qualquer pessoa equilibrada e gozando de plena saúde mental tomaria em busca da solução definitiva para um problema. uma dose de vodka com tônica me pareceu uma atitude das mais sensatas. quando recomecei a caminhar batia com a cabeça na parede sempre que tentava passar por uma porta. o engraçado era a sensação de que todas as portas e janelas e paredes e quadros da casa estavam na posição errada, desconfortavelmente retas, sem nenhuma inclinação e totalmente verticais. será que estou com labirintite, numa viagem de ácido ou pirei de vez?
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Rogerio B.
3 comentários:
pirou de vez.
tadinho! já vinha dando sinais disso e a gente achando que era brincadeira... tsc! vou te levar para uma clínica psiquiátrica, viu? hehehe!
toma um café forte e sem açúcar enquanto eu não chego... às vezes ajuda.
beijo!
engraçado isso. achei que você bateria com as canelas na parede ao tentar passar por uma porta. vai ver vejo o mundo com outras mãos.
a propósito, já estou em casa. hahaha
Ane,
estou esperando o socorro até agora. tsc, tsc...
Sergio,
puta merda! essa é quase uma questão filosófica. sei lá, só sei que batia a cabeça.
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