23/04/2007

tempo de silêncio

um texto melodramático e paranóico

o ser humano é uma criatura tosca que acredita em qualquer explicação tosca. então, uma vez por ano e com a proximidade da data de aniversário, o ser humano entra numas que o movimento de Saturno — ou sabe-se lá que outra pedra redonda e gigantesca com atmosfera hostil que fica girando completamente perdida pela galáxia — é capaz de influenciar em nosso comportamento e criar um desconforto conhecido como inferno astral. é claro que isso não tem o menor fundamento e não passa de mais uma lenda urbana. na verdade, o que acontece nesse período pré-aniversário é que nosso alter ego dá um tempo e parte para algum lugar desconhecido deixando nosso ego na maior roubada. viver sem o alter ego por perto é mais ou menos como um Harry Potter sem a Hermione, um Sítio do Pica Pau Amarelo sem a Emília, ou a existência da música Everything my Heart Desire somente na voz melancólica de Danielle Brisebois, sem aquela batida dance-abobalhada de Mandy Moore, em outra música igualmente chamada Everything my Heart Desire, mas que não tem nehuma relação com a primeira — hmn... e chega de exemplos absurdos porque já estou ficando meio confuso.

o alter ego é a parte mais divertida e significativa da nossa existência. viver sem parentes, amigos e namoradas é perfeitamente possível. viver sem o alter ego é angustiante e solitário e frio e outras coisas sombrias que não lembro agora! o alter ego é o que dá sentido para todas as coisas, sempre com aqueles questionamentos fundamentais ou observações pertinentes do tipo "por que três pedras de gelo no uísque?" ou "Milles Davis é música pra tiozão! vamos comprar o novo CD do Strokes!"

a ciência ainda não é capaz de explicar porque nosso alter ego tem esse comportamento pouco solidário justamente nos momentos mais críticos e nos abandona a própria sorte quando mais precisamos dele. talvez, mas não tenho como confirmar isso porque nenhuma universidade inglesa pesquisou sobre o assunto, pela falta de paciência com nossas queixas que vão se agravando com o passar do tempo e a cada aniversário.

recentemente, meu alter ego deu no pé! mas como ele é um cara legal, deixou uma lista com coisas que não devo fazer em Denver quando estiver morto e, principalmente, enquanto estiver vivo. não entendi muito bem essa parada de Denver — meu alter ego é um cara meio enigmático, problemático e temperamental. resumindo: é completamente maluco! no final do bilhete-lista uma frase chamou minha atenção: "diminua a quantidade de açúcar e permaneça em silêncio." na dúvida, vou seguir o conselho até que ele volte.

5 comentários:

Anônimo disse...

eu diminuí a quantidade de açúcar e agora estou numa larica danada. hahahaha

Olha só... não precisa empurrar. Dá uma olhada no link. O Capitão AZA dará tchauzinho
pra você
com a luvinha do Mickey.

Anônimo disse...

gargalhadas! mas que merda mesmo, agora vou ter que aguentar a Ane me zoando! tá bom, tá bom, o cara realmente tá dando tchauzinho! só não sei como ele consegue acenar para o fotógrafo, pilotar o avião e acertar o meio dos cones, tudo ao mesmo tempo agora! tô no bagaço mesmo!
tsc!

Sergio Fonseca disse...

E pensar que o cara faz isso tudo em menos de 1min40.

Ane disse...

Viu?
E detalhe: ele não está acenando para o fotógrafo, está acenando para mim que estava ao lado do fotógrafo gritando histéricamente: desce já daí que vc vai se machucar! hehehe!
beijo, guri... e aumente o açúcar e o volume do rádio que só faz bem.

Silvia Chueire disse...

Afinal alter ego também tem direito de viajar, né não? Já voltou? Tá muito mudado? : )